Biênio do site
Daniely Silva -
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Crônicas
Hoje, o domínio deste site completa 2 anos no Registro.br. Escrevo isto muito inspirada na publicação de mesmo tipo de Gmgall.net, 2 Anos de Site. Curioso pensar que os nossos sites têm quase a mesma idade, porque, dado que ele me ajudou muito na criação deste, pensava que o seu fosse bem mais antigo (embora, como ele mesmo relata, o domínio já estivesse registrado há mais de 10 anos).
No meu caso, não demorei muito pra ter o site a partir do registro do domínio. A praticidade oferecida pela Registro.br, uma empresa pública, aumenta demais as possibilidades de democratização da web. Registrar um domínio .com ou .net não é assim tão prático, afinal, são várias empresas que operam o serviço e, no geral, já vendem junto outros serviços no pacote (o que pode ser bom ou ruim).
Foi um trabalho artesanal o de construir o site em HTML e CSS. Com a ajuda do moço do Twitter e do meu primo, deu pra fazer. Mas ainda faltava o blogue! Seria um trabalho surreal manter uma seção de blogue, com postagens regulares, num site feito “à mão”. Precisava de um CMS ou um gerador de sites estátitocs (SSG). Tentei o Hugo, com base no livro Build Websites with Hugo (2010, Brian P. Hogan), mas não consegui de primeira; em seguida, tentei o Jekyll: não deu certo; tentei o Hugo novamente, mas continuava enroscando nalguma parte do processo; eis que consegui migrar o site “artesanal” para um gerado através Jekyll, mas continuei estudando o Hugo para migrar novamente. Virara uma questão de honra! Em todo o caso, já tinho um site bonito e funcional, com uma seção de blogue onde posso disparar meus pensamentos e uma seção onde posso expor meus principais projetos fotográficos e documentais. Só faltava migrar, o que consegui fazer algumas semanas atrás.
Para além do blogue, meu interesse em ter o site foi estimulado pelo curso de fotografia, onde tivemos a experiência de criar um portfólio digital. Mas eu queria mais; na verdade, desde que me conheço por gente queria ter um site, mesmo sem saber como. Fizemos o exercício de criar um porfólio digital ao final do curso, fosse pelo Behance ou outra plataforma como o Wix. Pra falar a verdade, não lembro qual foi minha escolha nesse eixo, mas me lembro que quis ter um site finalizado até a exposição que apresentaria como trabalho final do curso, uma das versões do Silêncio dos Rios que Gritam.
Tive alguns blogues ao longo da vida: no serviço do Blogger devo ter tido uns três, no qual o mais duradouro foi o Espelhos Diários (adoro esse nome até hoje); com o declínio do serviço da Google, quando até se esqueceram de renovar o domínio .blogspot na Índia, tentei o Medium. O Medium parecia promissor: gerido pelo co-fundador do Twitter e do Blogger, Evan Williams, parecia uma plataforma com trocas e interação. Cheguei quase ao ponto de registrar meu domínio lá para aproveitar o conteúdo que já tinha, mas a plataforma parece não se importar muito com o Brasil e não suporta o .br, assim como o Wordpress.com. Cheguei a ter também um Tumblr durante a adolescência; foi frutífero! Tocava mais no emocional, na descoberta da vida, aproveitava para a fotografia e acompanhava outros blogues os quais lembro com carinho até hoje. O Tumblr, assim como o Medium, era uma rede que tinha um enorme potencial e não soube aproveitar.
Nos idos dos anos 2000 e 2010, falava-se muito numa blogosfera. Quando a rede social do Brasil era o Orkut, muita gente escrevia por lá, pelas saudosas comunidades. Não é a mesma coisa escrever numa rede social e escrever no próprio espaço. Os blogues se conectavam e se referenciavam uns aos outros, seja nas publicações ou em ferramentas como o blogroll, uma lista dos blogues acompanhados pelo autor. O RSS também despontava como ferramenta, num mundo onde mais gente o conhecia. Tudo isso se retroalimentava e formava o que chamávamos blogosfera. Aliás, por que usar o pretérito imperfeito se é algo que ainda existe e podemos continuar construindo? No Fediverso, quase todo mundo tem um site ou blogue pra chamar de seu; foi lá mesmo onde conheci a maioria dos blogues que acompanho hoje em dia, os quais constam no meu blogroll. A blogosfera vestiu outra roupagem mas continua existindo e evoluindo.
Ter um site pessoal não é fácil. Mas também não é um bicho de sete cabeças! Existem caminhos mais rápidos, mas o que escolhi me possibilitou muito aprendizado. É aquela história: todos os caminhos levam a Roma, mas alguns são mais curtos; só que os mais longos podem nos ensinar mais e proporcionar novas experiências.