Conto: Dilacerada
Daniely Silva -
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Contos
Ela estava dilacerada. Suas entranhas espalhadas pelo chão frio pulsavam vívida morte. A cabeça separada do corpo já bidimensional implorava por se reunir à outra ponta, separada pelo véu da morte. Os olhos, já sem forma, contemplavam o abismo que se tornou o solo, desviando com asco das vísceras que um dia já foram alimentadas pelo mesmo sangue.
Um dia não: minutos atrás. Órgãos operantes dantes, ora formando uma massa disforme, putrefata. Jazia fragmentada, em silêncio indignada. Por ser quem é foi assassinada. Morta por ser uma barata.
Escrito aos 6 de novembro de 2022.