Daniely Silva

Meu tributo ao ePUB

Retrato em plano fechado de moça sorridente Daniely Silva -
Tempo de leitura: 3 minutos. tecnologia

O formato que já tem quase duas décadas, desde 2007, e é padrão mais moderno para livros digitais. É um formato aberto, substituindo outros com o mesmo propósito. ePUB é um acrônimo em inglês para publicação eletrônica; é auto-explicativo: um formato de arquivos voltado para a leitura em telas. O texto então se ajusta ao tamanho da tela e é totalmente personalizável, podendo-se alterar o estilo da fonte e seu tamanho, assim como espaçamento entre linhas e a margem.

Uma pena que ainda não é o suficientemente difundido. A título de exemplo, só de 2022 pra cá que a Amazon, proprietária do mais popular leitor de livros eletrônicos, Kindle, passou a adotar o formato ePUB no lugar do antiquado e proprietário .mobi. Mas não que isso tenha mudado muito a experiência de liberdade do usuário. Inclusive, sempre digo que o Kindle só é “baratinho” (em comparação a outros dispositivos) porque a Amazon escraviza o cliente: na verdade, ele não é um leitor de livros, mas uma plataforma de vendas.

E não que não possamos burlar isso, ;).

Em todo caso, fico incomodada ao só encontrar textos em PDF, seja os técnicos ou as leituras recreativas. Na plataforma Domínio Público, em outros sites governamentais, manuais de instruções e até nos repositórios de teses, dissertações e monografias das universidades públicas só se encontra o formato PDF. O que a gente não se dá conta é ao propósito desse formato surgido em 1993: a impressão. Certo, não é essencialmente para isso, pois é um acrônimo para um arquivo digital portátil, mas é para o que funciona melhor. Para a leitura em telas, o melhor formato continua sendo o ePUB na sua forma redimensionável (reflowabable ePUB). É uma noção muito próxima à do HTML.

As instituições de ensino que poderiam estar na vanguarda na adoção desse formato como padrão para leitura em telas, como elas devem estar à frente de muita coisa em nosso mundo. Não é difícil gerar um arquivo ePUB, basta organizar o corpo do texto com os estilos certos e exportá-lo, pronto, aí está a receita para um texto responsivo. Criar um é relativamente fácil com meia dúzia de processos, mas converter um… Ahhh, aí é a escolha entre um trabalho chato ou um arquivo todo picado (que mesmo assim já vai ser melhor para ler num celular do que um PDF).

Temos a noção de que a maioria das publicações digitais vão ser acessadas por meios… digitais! Até comprei uma impressora este ano e fui criticada por não ser a opção mais ecológica. Vou pular qualquer defesa à indústria do papel, mas não tem muito o que fazer: é imprimir textos ou sofrer para lê-los numa tela, principalmente quando se trata dos arquivos PDF que são digitalizações de livros. Eu escolho ficar com as duas opções, quando cada uma for possível.

E já que eu fico desapontada com as universidades que ignoram o formato ePUB, eu não poderia fazer diferente: envio todos os meus trabalhos acadêmicos em PDF e ePUB, aí o professor e os colegas escolhem se vão ler no papel ou numa tela. Claro que tem professor que vai olhar para o formato e não vai ter nenhum programa para abrir o arquivo, talvez até pense se tratar de um arquivo corrompido ou é que é vírus! Mas fiz minha parte, talvez até desperte a curiosidade que é essa maravilha de formato aberto e confortável.

As coisas têm que começar por algum lugar. Um mundo digital requer soluções preparadas para o meio digital. É simples.